- Capítulo Inicial - Livro Digital - Prefácio, Prólogo e Introdução
- Capítulo 01 - A Bola e os Campinhos de Futebol
- Capítulo 02-O Nosso Campinho de Futebol
- Capítulo 03-Futebol-Time Barcelona Jardim Seckler
- Capítulo 04 - Malharia Mundial
- Capítulo 05-Futebol-Time Flor da Vila
- Capítulo 06- Educação - As Escolas
- Capítulo 07 - O Bairro São João Clímaco
- Capítulo 08 - O Enigmático Túnel
- Capítulo 09 - A Fazendinha
- Capítulo 10 - Cláudio Bardu e a Noruega
- Capítulo 11 - Cláudio Bardu no Japão
- Capítulo 12 - A Menina da Janela
- Capítulo 13- Brincadeiras da Infância
- Capítulo 14 - A Televisão e as Novas Brincadeiras
- Capítulo 15- As Turmas e suas Vilas
- Capítulo 16 - O Campinho de Futebol da Rua Anny
- Capítulo 17- O Samba de Gafieira
- Capítulo 18-Anos Dourados e Jovem Guarda
- Capítulo 19-A Árvore das lágrimas
- Capítulo 20 - A Padaria 7 Centos
- Capítulo 21 - Mansão da Libertação
- Capítulo 22 - Futebol Bairro São João Clímaco
- Capítulo 23 - Futebol Anos 50/60/70/80
- Capítulo 24 - Futebol no Areião
- Capítulo 25-Espaço Chuá Chuá e os Anjos de 4 patas
- Capítulo 26 - A Corrida Maluca
- Capítulo 27 - A Lagoa Azul da Paramount
- Capítulo 28 - A Linha de Tiro
- Capítulo 29 - O Canavial do Nias
- Capítulo 30 - A Bola Rolando e os Curiós Cantando
- Capítulo 31 - Serviço Militar
- Capítulo 32 - Os Cinemas e os Salões de Diversões
- Capítulo 33 - Os Circos e Parques de Diversões
- Capítulo 34 - A Menina do Abacateiro
- Capítulo 35 - A Menina do Muro
- Capítulo 36 - É uma Casa Portuguesa, com Certeza !
- Capítulo 37-O Médico Veterinário e seu Cão Carrão
- Capítulo 38 - As Lágrimas de um Cavalo
- Capítulo 39 - PÁGINA DOURADA
- Capítulo 40 - PÁGINA DE OURO
- Capítulo 41-Motociclismo-Infinito Entre Duas Rodas
- Capítulo 42 - Talentos Literários
- Capítulo 43 - Amigos para Sempre
- Livro Digital - Página Final
- Contatos
Os Cinemas e os Salões de Diversões do Bairro São João Clímaco anos 50/60 e 70
CINE SECKLER
O Antigo Prédio do Cine Seckler em imagem atual de 2019
A Pessoa que está no fundo do corredor com rampa é o Luiz Coelho.
CINE SECKLER
Inauguração
05/05/1956
As Duas Primeiras Sessões
O CINE SECKLER foi inaugurado em 05/05/1956. Esse Cinema ficava localizado na Estrada São João Clímaco, 890. Atualmente, o endereço da localização do antigo prédio que era cinema é Rua São João Clímaco, 686, onde, atualmente, funciona uma Igreja.
A primeira sessão inaugural do Cine Seckler, foram exibidos dois filmes, a saber:
REBELIÃO NO PRESÍDIO, de Don Siegel (Proibido até 10 anos) e O PISTOLEIRO, Claire Trevor (Proibido até 14 anos).
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VENDAVAL DE PAIXÕES
Filme exibido nos anos 60 no Cine Seckler
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A Sala do Cine Seckler, comportava 670 lugares, incluindo um mezanino. Encerrou suas atividades cinematográficas em 07/01/1968, quando apresentou a sua última sessão.
Meses depois do encerramento, surgiram vários eventos de diversão, como bailes de carnaval e bailes dos Anos Dourados.
Reabriu em 17/09/1983 como Cine Vitória 3. Inaugurou com o Filme: A FORÇA DO DESTINO, com Richard Gere e Debra Wínger.
Foi nessa nova fase em 1983, que eu assisti, novamente, o Filme: Marcelino Pão e Vinho.
O Cine Vitória 3 teve curta duração. Sua última sessão foi em 03/02/1988.
MOMENTOS INUSITADOS E DIVERTIDOS NO CINE SECKLER
O Amigo Luiz - o Luizinho coelho - e eu, fomos convidados, por várias vezes, a nos retirarmos de lá, durante as sessões dos filmes dos comediantes Jerry Lewis, Charlie Chaplin, Mazzaropi, O Gordo e o Magro, por exagerar nas risadas escancaradas, mesmo depois de ter mudado a cena que provocaram os risos.
As luzes eram acessas pelo Gerente do Cinema, e a plateia toda começava a gritar... Põem eles pra fora...! Põem eles pra fora...! Mas, boa parte da plateia mais ria das risadas do Luiz coelho, em vários tons - graves e agudos - do que das palhaçadas dos comediantes.
A função de nos tirar para fora do Cinema Cine Seckler, era do seu Damásio que atuava como lanterninha. Anos depois, ele veio a ser o sogro do Luiz coelho.
Outro Lanterninha que, também, tinha a mesma função de nos tirar para fora do Cinema era o Sérgio Risadinha.
Lembro-me que o seu Damásio nos pedia, por várias vezes, para parar com a bagunça, mas, por falta de educação e de respeito da nossa parte, continuávamos com as palhaçadas.
Agradeço esse Senhor por ter agido dessa forma. Ele fez muito bem!
O tempo passou e aqueles moleques travessos que aprontavam a todo o momento se tornaram marmanjos adolescentes, mas ainda guardavam dentro de si todo aquele humor sarcástico que exalavam quando eram crianças.
Em 1967 a febre de humor e entretenimento do programa do “Chacrinha” contagiou um grande grupo de pessoas que eram fãs do apresentador e se influenciaram e aceitaram essas palhaçadas que fluía como uma catarse coletiva do humor comandado pelo Saudoso “Chacrinha”.
Ainda no Cine Seckler, durante a exibição de um filme de aventura, cujo nome era, Boiadeiro do Ribeirão Vermelho, que era transcorrido num cenário de suspense, onde pairava um silêncio "quase" total da plateia que estava completamente compenetrada acompanhando o desenrolar das cenas misteriosas, ocorreu um fato inusitado naquele cinema provocado pelo Luiz Coelho quando no filme mostrou o estouro da boiada. Nesse instante, o Luiz Coelho começou a Gritar...Oi...Oi...Oi...Oi...Oi... de forma rápida...
Aí, contagiou a Platéia que começou a Gritar, Também, repetindo o Oi...Oi...Oi... As luzes foram acessas e ficaram até a platéia fazer silêncio. Depois, o Filme começou a ser exibido, novamente, da cena em que parou.
Passados vários minutos, o Luiz Coelho , com toda a sua malícia e tiradas humorísticas, com cara de quem diz: “Não fui eu"!!!, - o que era uma de suas características - tentando imitar o Chacrinha, emitindo um som cacofônico..., Gritou...!
Terezinhaaaaaaa...!!!!!
Esse grito, contagiou e agitou a platéia novamente... que levou um susto... despertando-se de toda aquela concentração envolvida naquele silêncio profundo. Para extravasar esse choque inesperado que recebeu diante desse grito..., a platéia, prontamente, respondeu...
Uhuuuhuuuuuuu...!!!!!!!
Daí, Brother..., o salão tremeu ! Todas as luzes se acenderam e aí...virou o ó do borogodó...
Nem é preciso dizer o que ocorreu depois.
Cada um precisa do que precisa...
Ah, o salão tremia, também, todas as vezes durante a exibição de um filme de faroeste, quando o "mocinho" saia em disparada com o seu estiloso cavalo para salvar a "mocinha" que estava em apuros. O som do galope do seu cavalo estiloso irradiava para a platéia que, imediatamente, imitavam o barulho do galope com movimentos de bater os pés no chão produzindo um som trepidante e quase que ensurdecedor e seguidos de gritos de...heheheeeeeeee...
Era um "Show " a parte...!
CINE CRISTAL
O Cine Cristal foi inaugurado em 1949. Havia 550 lugares. Ficava localizado na Rua Tamuatá, 77 (atual 315). Encerrou suas atividades na década de 70. Atualmente, existe um Supermercado no local.
No Cine Cristal, se alguém atrapalhasse a sessão, durante a exibição de um filme, era posto pra fora do cinema.
Uma vez no Cine Cristal, durante o intervalo de um filme, uma grande parte das meninas ali presentes, correu pra cima de um colega nosso que estava sobre a mureta das luzes da ribalta. Isso chamou a atenção de todos da plateia. Alguns minutos depois, descobrimos que esse cara estava com um bolo de figurinhas de artistas masculinos que estavam no auge da fama, e ele, para se tornar o centro das atenções, e se sentir dom Juan do pedaço, distribuía gratuitamente, como se distribui "santinho" em época de eleição. Quase foi posto pra fora pelo Gerente do Cinema, talvez por estar no intervalo de um filme.
Um outro detalhe humorístico, porém sarcástico, era o seguinte : Quando o filme começava a ser exibido, obviamente com todas as luzes apagadas, eventualmente, o Luíz coelho ficava na espreita encostado no batente da porta de entrada do lado de dentro do cinema esperando aquelas pessoas que chegavam atrasadas. quando essas pessoas chegavam e davam os primeiros passos para dentro do salão com escuro total o Luíz coelho exclamava... - Opa... ! Cuuuiiidaaaadooo com o degrau... !
Claro ! Provocava um Efeito dominó... quando tinham várias pessoas entrando em fila...
Aí, o Luíz coelho caia fora rapidinho... !
O CINEMINHA NA PAREDE DO BAZAR DO SEU ALTINO
Na década de 50, tinha um terreno baldio na esquina da Rua Maraú, com a estrada de São João Clímaco. Duas ou três vezes por ano, vinham uns "Agentes de Saúde" para ensinar a população hábitos de higiene e fazer propaganda dos produtos. Ocupavam esse terreno, montavam uma parafernália e passavam um filme na parede do Bazar do seu Altino. Geralmente era um filme do "Jeca Tatu” (Monteiro Lobato), ensinando o povo a andar calçado, lavar as mãos e tomar Biotônico Fontoura.
Outras vezes, o filme era sobre a Pasta de Dentes Kolynos, ensinando que o povo devia escovar os dentes e não usar a escova de dente de outra pessoa. As pessoas que participavam do evento ganhavam muitas amostras e brindes. O pessoal que promovia o evento vestia jalecos brancos. A montagem daqueles projetores de filme de rolo era muito complicada. As crianças, atentas, acompanhavam tudo aquilo com entusiasmo e ansiedade.
Depois, nos anos 60, nesse terreno baldio, surgiu um pequeno galpão de "Tiro ao Alvo" com espingarda de chumbo que era muito comum na época. Depois, existiu um pequeno comércio de carros usados que não era o João Mineiro. Depois chegou o João Mineiro. Hoje é o restaurante Minas Chic.
O SILVIO SANTOS E SUA CARAVANA
Silvio Santos e Manuel de Nobrega
A Caravana do Silvio Santos se apresentava no CINE SECKLER com os artistas da época: Carlos Gonzaga, Ângela Maria, Hebe Camargo, Jô Soares, Cinderela, Golias, Canarinho, e muitos outros que não lembro o nome.
O Silvio Santos, conhecido na época de 1959, como "O Peru que Fala", promovia sorteios de Brinquedos, Utensílios domésticos, vendia carnê, etc. O "Show" era feito em cima de uma carroçaria de caminhão próximo à Panificadora Pitoresca ao lado da Paróquia de São João Clímaco.
O CHACRINHA
Em 1967 surgiu uma febre de humor e entretenimento em um programa na TV Globo comandado pelo saudoso José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido como “Chacrinha”.
O “Chacrinha” alcançou grande popularidade com os seus programas de calouros, nos quais apresentava-se com roupas engraçadas e espalhafatosas, acionando uma buzina de mão para desclassificar os calouros e empregando um humor debochado, utilizando bordões e expressões que se tornariam populares, como "Teresinha!", "Vocês querem bacalhau?", "Eu vim para confundir, não para explicar!" e "Quem não se comunica, se trumbica!".
Uma frase sua que era muito citada afirmava que "Na televisão nada se cria, tudo se copia”.
O Chacrinha gritava Terezinhaaaa!!!!! E a platéia respondia uhuhuuu!!!!!
Um palhaço do povo, como ele mesmo se definia. Chocava todo mundo com seu bacalhau voando sobre o auditório.
O palhaço do troféu Abacaxi, dos calouros, dos brindes de bacalhau e também dos pepinos e abóboras e tudo mais que lhe desse na telha de jogar, o palhaço que balançava a pança e celebrava a massa.
Ele trazia a malandragem cacofônica do rádio, a agilidade dos cortes, (que mais tarde foram incorporados à linguagem dos clips) e a sacação de que vivemos num país mix.
A fantasia que vestia misturava uma alegoria da época de Luís XV com elementos top da nova classe média, como disco de telefone implantado no peito, tal e qual uma medalha do novo país. A isto vinha se juntar a indefectível buzina para reforçar seu império de profeta do caos.
COPA RIO
Salão de Eventos
Anos 50 e 60
Os Bailes de Carnavais eram Divertidos no Salão do Copa Rio.
A Amiga Laise, Filha do Mestre Pompeu, nos conta sobre as atividades realizadas no Salão Copa Rio e a participação da Criançada.
Laise, disse...: - Era Tão Bom, Tão Divertido...!
As Tardes de domingo...
Todas as tardes de domingo tinha brincadeiras, teatrinhos de fantoches, concurso de desenhos e muitas outras atividades infantis.
Tinha um Jovem que coordenava tudo. Era Muito Alegre e fazia o que hoje seria um... : - "Stand up " !
Stand up significa ficar de pé; levantar-se. Stand up também é um tipo de espetáculo de humor, onde o indivíduo faz sua performance em pé, por isso recebe esse nome. Stand up é um phrasal verb (expressão idiomática ou gíria própria da língua inglesa).
O Salão do Copa Rio era localizado na Rua São Silvestre, onde hoje é o Supermercado Dia. Nós, crianças, esperávamos ansiosamente as tardes de domingo. Após o almoço, o Copa Rio abria suas portas , para a diversão da molecada. Ali estava o Animador, Cantor, Comediante e Orientador da Criançada junto com seus Ajudantes. Nos recebiam com Carinho, Músicas, Abraços e Beijinhos. O rapaz organizava as brincadeiras, fazia humor, contava histórias. Jogávamos, coloríamos, cantávamos e eramos Muito Felizes. Cresci participando dessas diversões. Primeiro tínhamos a SPM(Sociedade Pró Melhoramentos). Assim que foi extinta, tínhamos o Copa Rio.. Ali ficávamos até as 17 ou 18 horas. Culminava com um Teatrinho de Fantoches, sempre trazendo histórias com algum Ensinamento Cultural, com Final Feliz. Saiamos de lá Encantados e Contentes. Depois, era tudo limpo e arrumado para o baile que aconteceria à noite. Já não fazíamos parte dessa etapa, destinada aos adultos. A noite era feita para dançar, paquerar, namorar e beijar muito. Sei que muitas dessas paqueras terminaram em namoros e casamentos. . . Espero que Felizes para Sempre !
Nota : Muitos Bailes Noturnos Realizados no Clube Copa Rio, eram Abrilhantados pelo Conjunto - Os Aranhas.
Informação obtida através do Deminha, colaborador desta Livro Digital.
MILIONÁRIOS
Salão de Eventos
Anos 60 e 70
Os Bailes eram Muito Prazerosos e Abrilhantados, várias vezes, pelo Conjunto - Os Botões.
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