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Capítulo 29 - O Canavial do Nias

Capítulo 29 - O Canavial do Nias

 

 

O CANAVIAL DO NIAS

 

 Período de 1956 à 1963.

 

Era uma chácara onde o rapaz de nome Ananias- Nias- morava com a sua Família.

O Canavial do NIAS  ficava na mesma direção da Grande Lagoa dos Parentes que existia do outro lado do Rio Meninos(Ribeirão dos Meninos) em São Caetano do Sul (Hoje é o Clube Atlético Tamoyos), que faz a divisa de SP e São Caetano do Sul. Essa Lagoa ficava no final da Rua São Paulo.

O Canavial ficava próximo do Areião e da Linha de Tiro.

No final das tardes de verão, após os  "rachas" de futebol praticado no Areião( quando encontrávamos o Areião livre), com o pés descalços e depois de tomar muita água do poço com sarilho que ficava ao lado da Linha de Tiro, era hora de voltar para casa.

Aí, eventualmente, seguíamos por uma vereda ( um caminho estreito de chão batido), que já era traçada por pisadas, e revelava a sua trilha ao lado do Canavial do Nias - que era cercado com arame farpado - dando acesso até a Porteira Principal da Chácara.

No momento da chegada..., em coro, nós soltávamos a voz em tom de chamamento,  a qual, fazia ecoar muito longe..., seguida de vários gritos com diferentes entonações de vozes, a abreviação do nome do Ananias, e assim saia: 

- NiiiiiAsssssssss...! - NiiiiiAsssssss...! - NiiiiiAsssss...!

Ficávamos aguardando atentos... olhando de um lado para outro e procurando o Nias...e...alguns segundos depois..., aparecia lá fundo de uma parte da Chácara..., um rapaz, magro, de baixa estatura, com o rosto bronzeado pelo sol, com um enorme facão na cintura acolhido por uma comprida bainha de couro, presa ao lado esquerdo do seu corpo,  usando um chapéu de palha surrado,  de abas largas e um pouco desfiada, quase cobrindo o rosto, com uma das mãos semiaberta sobre a testa para se proteger dos raios solares, com a cabeça um pouco inclinada para trás, olhando em direção da molecada...

Era o Nias...!

Ele não perguntava nada, e muito menos a molecada dizia alguma coisa. Aí o Nias, sacava da bainha de couro aquele enorme facão, entrava no Canavial, e ali exercia o ato de cortar cana. 

Nessa altura dos acontecimentos nós já estávamos dentro da Chácara. Enquanto o Nias cortava as canas, aproveitávamos para beber mais água de uma torneira metálica grande e antiga que através de um poço artesiano abastecia toda a Chácara e mantinha um enorme reservatório retangular de água sempre cheio construído de concreto e controlado por uma boia. Esse reservatório era usado para molhar as hortas e para saciar a sede de vários animais, como: Caprinos, Cavalos e Vacas, Galinhas, Patos, Cachorros e outros bichos. 

Nias cortava uma cana para cada um dos moleques, e sempre tinha mais de dez. Ele não cobrava nada pelas canas, entretanto, éramos os olheiros do Canavial e da Chácara dele em geral.

Essa Turma de Meninos eram: Bardu(eu), Kinha, Roberto, Zé Carlos, Jil, Laerte, Vava, Ivan(sapo), Luiz coelho, Toninho, Mosquito, Santo e muitos outros.

Ele distribuía as canas,  e nós agradecíamos! 

Ele fazia um gesto com o braço esquerdo levantado e com uma das mãos aberta, expressando: De nada...! Vão todos em Paz...! 

Bom..., pelo menos..., agora..., eu acho que era isso que o Nias queria dizer, mas..., éramos crianças, nem sabíamos disso.

Nos finais de semana e feriados, principalmente nas tardes de verão, muitas Famílias do Jardim Seckler,  se reuniam e caminhavam até o Canavial do nosso Amigo Nias para tomar caldo de cana (garapa) e comer pasteis.

Logo na entrada principal, tinha um espaço grande com bancos fixos de madeira e várias mesas compridas, também fixas.

Ele Comercializava Rapaduras e vários tipos de doces em compotas, como: abobora com coco, doce de leite, goiabada cascão e vários tipos de queijos.

Ah! Tinha, também, um pequeno Alambique. A pinga era amarelinha.

 

 

Chácara do Nias

 

 

 

 

Pausa para o lanche...!


 

 

O cão chupando cana