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Capítulo 08 - O Enigmático Túnel

Capitulo 08 - O Enigmático Túnel 

 

Contos Curiosos...

 

O ENIGMÁTICO TÚNEL

 

 

Os Meninos

do

Túnel Misterioso

 

Imagem Ilustrativa 

 

Imagem Ilustrativa 

 

 

 

Em meados dos anos 80, a Empresa de Ônibus Auto Viação São João Clímaco não existia mais no Bairro. Haviam sido desativadas todas as instalações operacionais e administrativas existentes, deixando totalmente vazio um enorme prédio no sentido horizontal, fechado com enormes muros de concreto e alvenaria, ficando vários equipamentos deteriorados pelas intempéries da natureza, esperando pelo sucateamento.

 

Dentro desse prédio, havia um enorme pátio onde se fazia todas as movimentações e manutenções dos ônibus antes de sair para o transporte dos passageiros.

 

Tinha Garagens, Galpão de Oficina Mecânica, Sistemas mecânicos para Elevação de Ônibus, instalações de Lava rápido e vários Escritórios Técnicos e Administrativos.

 

Nos labirintos desse espaço estrutural, ocorreu uma horripilante história cinematográfica cheia de mistérios e frio na barriga, e que poderia rodar com muita Ação, Aventura e Suspense cujo Título sugestivo poderia ser:

 

 

Os Meninos do Túnel Misterioso.

 

Foi diante desse monstruoso espaço sombrio, com ar frio de suspense, apresentando um silêncio repugnante e assustador surgiu um grupo de meninos que pertenciam à Turma Central (os meninos que moravam na Região Central do Bairro de São João Clímaco). Esses meninos eram: o Luis, o Francisco-Kiko, o Rogério, o Pablo, e o Nairton, com idades entre 09 a 10 anos, cheio de energia, com “curiosidade a flor da pele” e prontos para saber o que ficou "do outro lado do muro”.

 

Após algumas trocas de palavras e sugestões..., a decisão foi tomada...Vamos entrar!

 

Então, com toda a habilidade que possuíam providos de sentimento de motivação,  inspirados pela ação em conjunto... e, sem noção dos perigos que poderiam enfrentar..., escalaram os altos muros..., e..., pronto! Já estavam lá dentro! Aí, respiraram fundo o ar da incerteza e, com os seus olhos clínicos e atentos, fizeram uma varredura geral no local observando cada detalhe que encontravam.

 

Em seguida, deram início à exploração física e visual,  andando, olhando e tocando em tudo que achavam interessantes.

 

O tempo foi passando, e a exploração do local continuava..., quando de repente..., alguém, gritou...! - Aí..... ! - Chega mais...! - Chega mais...! - Olha só essa parada !  Nesse momento, a concentração de todos os meninos virou-se para um único ponto, e um som,  seguido de expressões ecoou entre eles... - Caaara...! - É um Túnel...! Daí,  exclamou um deles ! - É muito escuro !  Como não tinham lanternas, o Luis voltou para sua casa, pegou algumas lanternas escondido e voltou para o local do Túnel.

Então, os meninos agora, munidos com recurso para iluminação..., resolveram encarar o desafio.

 

Seguem abaixo os relatos de dois adultos, irmãos, o Luis e o Francisco-Kiko, que na época, participaram dessa aventura. Eles descrevem os vários detalhes que foram observando e deparando durante o aprofundamento no:

 

Enigmático Túnel...

 

 

Com informações alternadas entre os participantes dessa aventura, deu início aos relatos o Francisco-Kiko:

 

No início, ficamos com um pouco de medo para entrar no Túnel. Mas, em um dado momento, o Luis tomou a frente, e disse: - Eu vou entrar! Ficamos atônitos e apreensivos com a decisão do Luis, mas começamos a acompanhá-lo. Acendemos as lanternas... E seguimos em frente, ou melhor, ao fundo.

 

O Túnel era um pouco largo, comportava dois meninos, andando lado a lado. Não sabemos informar se havia algum revestimento com tijolos ou madeira para sustentar a terra, éramos crianças, nem sabíamos disso.  Dava pra ficar em pé e ainda, sobrava um espaço sobre a cabeça, então, começamos a andar.

 

Disse o Luis, que o chão era de terra batida e tinha trilhos que sumiam na escuridão. Sobre esses trilhos encontramos uma pequena caçamba de ferro com rodas, também de ferro, chamada de Vagoneta, semelhante àqueles carrinhos usados em túnel de extração de minério. Tentamos manipular a pequena caçamba, mas não conseguimos, somente ouvimos um acanhado som de "Nhéque Nhéque" quando balançamos a mesma.

 

Não conseguíamos ouvir nenhum barulho externo. O silêncio era assustador..., o escuro..., nem se fale! Durante o trajeto, sentimos um pouco de medo e de frio, o local era úmido, pisávamos em pedras soltas, algumas se soltavam do teto e das paredes, exalava no ar um acentuado cheiro de terra. Conseguíamos ouvir, somente algumas tossidas de alguns amigos que ali estavam e, também, alguns resmungos, ficando sem entender do que reclamavam. A expectativa de chegar logo em uma saída era muito grande.

 

A cada movimento, esbarrávamos em teias de aranhas, que alias, tinham muitas, e outros pequenos bichos, que não conseguíamos identificar o que era, mas que causavam pequenos sustos. O interessante é que havia ar suficiente dentro do Túnel colaborando com a respiração normal, mas, crianças, lá iam pensar em ar? Continuamos andando...

 

Continuamos avançando..., até que... Depois de muito tempo caminhando, avistamos uma pequena luz no fim do Túnel. Era uma saída..., que estava parcialmente fechada por matos e havia sinais de pequenos desmoronamentos em volta dela, mas isso, não atrapalhou o nosso acesso para fora do Túnel; Saímos, e bem rápido.

 

No local que chegamos, observamos que a única referência que conseguimos identificar com facilidade, foi um trecho da Via Anchieta, próximo à Rua Epiacaba e da Fábrica de Pilhas Eveready, mas a saída do Túnel estava direcionada em linha reta para a antiga Fábrica de Tecidos Paramount, onde, esta instalado uma grande loja do Carrefour da Via Anchieta.

 

Ficamos alguns minutos olhando e resolvemos voltar pelo mesmo caminho...

 

...O caminho do...

 

Túnel Misterioso...

 

Ficam as Perguntas:

 

Qual era o objetivo de escavar um Túnel com uma extensão enorme?

Era uma escavação em busca de algum metal precioso?

 

Era para a extração das argamassas naturais, como: Caulim, Barro, Saibro, devido a existência das Olarias da região e imediações?

 

Era para evasão perante algum perigo iminente?

 

Era para se proteger? Do que?

 

Era para guardar coisas valiosas?

 

— Ah ! Eis a questão !

 

 Autor e Escritor: Cláudio Bardu

 

 

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A RESPOSTA DE UM  MORADOR DO BAIRRO SÃO JOÃO CLÍMACO SOBRE O ENIGMÁTICO TÚNEL

 

NELSON FERREIRA

 

Nelson Ferreira é morador do Bairro São João Clímaco desde 1942. Ele disse que nasceu na Cidade de Jaú no Estado de São Paulo - Brasil e, com três meses de idade seus pais vieram morar no Bairro São João Clímaco, na área onde fica as cinco esquinas, no final de uma das ruas de nome Alencar de Araripe.

Depois de alguns anos, o Nelson foi morar na Rua Laranjal, ainda no Bairro.

Em 1970, mudou-se para a Rua Antonio De Lotufo, continuando no Bairro. 

O Nelson, respondeu uma das questões duvidosas do questionário do Capítulo 08, deste Livro, sobre a real existência do Enigmático Túnel.

Ele contou,  que o objetivo da escavação desse Túnel,  era para a extração das argamassas naturais, como:  Caulim, Barro e Saibro, que eram matérias-primas  utilizadas como componentes principais pela Olaria existente no bairro e empregadas na fabricação de tijolos.

Disse ainda, que existiam algumas Vagonetas(pequena caçamba de ferro com rodas) que se movimentavam sobre os trilhos de trem durante o transporte dos materiais e que sumiam túnel à dentro vazias e depois voltavam carregadas dessas substâncias.

Ele e a sua Turma de Crianças, entre, 07 e 08 anos de Idade, aproveitavam o vai-e-vem do trenzinho, carregados ou vazios e se penduravam - "Chocavam" - nas "rabeiras" das Vagonetas. A descarga desses materiais era em uma olaria que ficava na área onde foi construída a Auto Viação São João Clímaco. 

Contou, também, que Curtiu a sua Infância até os 13 anos de Idade, depois, a Curtição foi com o Trabalho.

 

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AS AVENTURAS DO NELSON FERREIRA

 

 

O Nelson contou,  que uma das suas diversões que ele gostava muito era pescar .

Ele disse, que junto com o Senhor, Seu Pai, pescou muito no Rio Meninos  ( Ribeirão dos Meninos ) e nas lagoas no Bairro São João Clímaco, Lagoa Grande, Covinha, que eram existentes na divisa com a Cidade de São Caetano do Sul, do lado do Bairro São João Clímaco na Capital de São Paulo, Brasil,  precisamente, próximo ao final da Rua São Paulo em São Caetano do Sul. Neste trecho, naquela época de 1949, ainda não existia ponte de concreto de acesso entre as Cidades; Somente existia,  uma "Pinguela" construída com troncos de eucaliptos. Ponte de Concreto, existia somente no trecho onde,  popularmente, é conhecido por Ponte Preta, onde cruza a Estrada das Lágrimas, entre o Bairro São João Clímaco e São Caetano do Sul.

O Nelson contou, que O Senhor, Seu Pai, fazia os apetrechos para pescaria utilizando-se de dois ou três pedaços de linha de costura comum ou cordonê. Essas linhas, eram  amarradas,  individualmente, em dois ou três alfinetes com cabeça, curvados, manualmente, em forma de " U " e, finalmente, amarrados em cada uma das pontas de uma vara colhida no mato com a ponta em forquilha ou tridente... -  E, Pronto ! Estava feito o acessório de Pesca Bom e de baixíssimo custo.

Ele disse,  que pescava muitos Peixes Lambaris e a Diversão era Muito Prazerosa. 

Ele contou, que a área onde foi construído o Colégio Regina Mundi, antes era uma Chácara repleta de Pés da Fruta Caqui. Esse Colégio, foi construido,  entre os quilômetros,  09 e 10 da Via Anchieta. Então, ele e sua Turma de Meninos, para poder entrar na Chácara e pegar caqui, utilizavam um acesso inusitado. Eles exploravam,  internamente,  vários tubos de concreto de grande diâmetro interno, os quais, seriam  usados na construção de galerias de águas pluviais e que estavam ali enfileirados, aguardando para serem aplicados na construção daquele trecho da Via Anchieta.

Alguns desses tubos,  ocupavam parte do espaço da chácara, facilitando, assim, o acesso para dentro do Pomar.  O dono da chácara sabia dessa movimentação das pessoas que entravam no local para pegar caqui usando o caminho dos tubos, então, ele autorizava as Crianças a entrarem, também,  para apanharem as frutas; Ele só Alertava,  com Voz Firme e Forte,  para não quebrar os galhos das árvores em geral e para que nós deixássemos a área o mais rápido possível. Ele acompanhava o manejo da pequena colheita da fruta feita pela meninada. 

Pouco tempo, depois, nasceu o Colégio Regina Mundi, que tinha como vizinha uma antiga Fábrica de Barcos no quilômetro 10 da Via Anchieta, no sentido - São Paulo - Santos e, também, o antigo Posto Policial da Polícia Rodoviária Estadual. 

 

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Curiosidades

 

Nos ano de 1960, nesse trecho da Via Anchieta, Km. 10, várias Cenas do Filme - O Vigilante Rodoviário - foram rodadas,  com o mocinho do filme, o Policial Carlos e o seu Magnífico Cachorro Lobo.

 

Bons Tempos !

Saudades !

 

 

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